domingo, 8 de fevereiro de 2009

Hoje vi uma mulher descer um passeio alto com o carro. De frente e sem nenhuma preocupação. O barulho que se ouviu quando aquelas traquitanas que os carros têm por baixo bateram no lancil foi tão grande que toda a gente parou para olhar. Eu, embora tenha provavelmente um nível de testosterona que já me obriga a fazer estas manobras de ladecos e com muito jeitinho, compreendi-a bem. Ela não é naba. É só mulher. Se fosse um homem, o acontecimento daria origem a um dos maiores dramas da sua vida. Pararia logo ali, faria a vistoria completa à viatura e ia atormentar-se de noite com pesadelos sobre avarias na direcção. Desenvolveria uma depressão pós-traumática. Teria longas conversas sobre o assunto com os amigos onde, entre grades de cerveja, contaria a desgraça que o tinha atingido, e todos iriam ficar solidários com a sua tragédia. Depois, fariam peregrinações à garagem, onde analisariam a máquina ao pormenor e dariam opiniões sobe as possíveis consequências no futuro, a curto, médio e longo prazo.
Para uma mulher, enquanto o carro pegar quando dá a volta à chave e andar, que se lixe!
Não é que eles sejam mais sensatos e nós estúpidas, nem o contrário. São os cromossomas, não há nada a fazer.

13 comentários:

kuka disse...

Um homem também descia o passeio assim???

Anónimo disse...

Eu lembro quando fui à Sintra, naquele castelo ladeira acima, e não tinha uma vaga sequer para estacionar. Minto. Tinha uma, umazinha. Num buraco. Foi lá que minha prima estacionou, com a recomendação para eu jamais contar para o marido dela. :))))

VAP disse...

Mulher, numa situação dessas, é muito mais prática e relaxada.
Afinal que importa isso comparado com o universo?

Castanha Pilada disse...

Kuka, descia, mas por acidente!

Lol Senhora! Tens um segredo terrível que a condicionará para sempre!

Vap, mas eles também discutem se uma cena era ou não fora de jogo ou penalty. São assim, pronto!

Anónimo disse...

Cromossomas ou dinheiro para comprar outro? ou pelo menos para pagar ao Sr. António.

Euzinho

Monday disse...

talvez a preocupação masculina advenha do fato de, geralmente, conhecer do assunto e saber o que poderia ser um dano maior ou não ...

te garanto que os que mal sabem o que vai ali dentro do compartimento do motor no máximo iriam se preocupar se não tinham destruído algo pelo passeio ...

Castanha Pilada disse...

Euzinho, és mesmo discreto a mandar bocas! :)))

Monday, é uma boa teoria, mas eu não sei não... Eles sabem porque se interessam. Não é? :)

cereja disse...

É isso!
Esse exemplo é forte, de um modo geral gabo-me de conduzir bem, mas fiz uma burrada desse tido no dia em que troquei de carro. O 'velho' era (como depois confirmei) bastante mais alto, era um «dois cavalos» que é quase um jipe. Troquei-o por um Fiat Panda e no dia em que vim do stand, fui estacioná-lo onde costumava deixar o outro...
Impecavelmente estacionado se me lembrasse da diferença entre eles. Aconteceu mais ou menos aquilo que descreves - um ruído de fugir e fiquei com o coração na boca. Mas fechei-o e vim para casa. No dia seguinte lá fui calmamente ver o que tinha sido a desgraça.
É uma atitude que não se explica bem.
(Quanto ao dinheiro para comprar outro não vem para o caso, é algo de diferente.

mfc disse...

E tens toda a razão!

Gi disse...

Automóveis são para nós, de facto, meros electrodomésticos.

Castanha Pilada disse...

Emiele, fizeste bem, não deste parte de fraca, é assim mesmo!

Obrigada mfc, eu já sabia.

Claro Gi. E não são?

Nós, Os Cachorros disse...

Nem todos os homens são iguais... rs

Castanha Pilada disse...

Pois não! Uns são menos iguais!