sábado, 25 de abril de 2009

Nesse mesmo ano tive o primeiro momento de estranheza. Foi quando fui à escola ver as notas no final do ano e toda a gente tinha passado. Até o Sérgio, que não conseguia dizer nenhuma palavra de francês e adormecia nas aulas. Quando lá cheguei, a alegria era geral:
- Passámos todos!!! - disseram-me logo à entrada.
- Todos?!
- Sim! Todos! Ninguém chumbou!
Mesmo assim fui confirmar e era verdade. Ninguém tinha menos de "dez" a nada. Mais tarde explicaram-me que tinha havido "passagens administrativas", o que não me esclareceu de todo. Pensei qualquer coisa como:
- Bem, se daqui para a frente for assim não vale a pena esforçar-me...

E é quando me lembro desse momento que compreendo um bocadinho os miúdos inteligentes de hoje que se limitam a aparecer nas aulas de vez em quando e ouvir o que lá se diz. O estímulo para fazer de maneira diferente não é muito grande.

5 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Agora não é muito diferente. Chumbar um aluno por mais burro que seja é o cabo dos trabalhos...

Anónimo disse...

Aqui também tem essas coisas de não chumbar os alunas em determinados anos. É realmente uma "maravilha"...Você vê aquela molecada que passa o dia inteiro na rua jogando futebol, "brisando" na aula, e ainda passar de ano! Fantástico! E ainda querem que o ensino melhore!

Castanha Pilada disse...

Kruzes, mas agora isso tem muito que se lhe diga. Mesmo muito. Se eu me punha aqui a desfiar o rosário...

Senhora, deve ser uma herança que vocês ganharam, lol!

cereja disse...

Esse foi um dos erros, dos vários que se cometeram.
Em bem mais crescido, conheço quem na Universidade recusasse passar assim, e voluntariamente fosse repetir o ano, anulando aquele em que estva.
Era um rapaz que muito admiro, por acaso. Olhando para trás, era inteligentíssimo mas não sei que tenha ocupado nenhum cargo que chamasse a atenção...
É assim!

Gi disse...

Parece que foi uma das coisas que tem ficado neste 25 de Abril.

Eu, como andava num colégio privado, fiz exame a Português e Matemática ... isto em Angola.