Vejo-o a dar entrevistas na televisão e lembro-me que uma das maiores vergonhas que passei na vida é da sua responsabilidade.
Era um jogo de futebol do mundial, entre a selecção nacional e os Estados Unidos. Sim, aquele país onde os únicos onze gajos que sabem que o futebol pode ser uma coisa diferente de andar de capacete aos berros e chocar violentamente uns contra os outros se juntam e formam uma equipa. Esse mesmo. Que risco poderá então haver em jogar com os Estados Unidos? Para mim, o risco era zero. Era o mesmo que eu ir correr os cem metros contra uma lesma coxa!
Devidamente medidas então as probabilidades de risco, tomei a decisão. Não gosto especialmente de futebol, não consigo perceber o que é um fora de jogo, mas nesse dia resolvi partir para a festa pura e dura. Maquilhei-me de verde e vermelho, vesti-me de verde e vermelho, estava de arrasar, e vim para a rua ver o jogo num ecran gigante numa praça da cidade. À minha volta havia uma multidão de gente revestida de verde e vermelho dos pés à cabeça como eu. Muitas com aqueles chapéus que, fora do contexto, são simplesmente inaceitáveis.
O jogo começou e a malta preparou-se para abrir. Fazer uma purga. Alguns minutos depois, os Estados Unidos já tinham marcado um golo e nem eles sabiam como tinham conseguido. Quando chegou ao 3-0 as pessoas na praça (eu incluída), começaram a acreditar que tinham morrido numa catástrofe natural e já estavam no inferno. A angústia da derrota passou, assim, a angústia existencial: O fim é isto? Então é muito mau!
Mas não. Isto não foi o pior. O pior foi quando eu tive que regressar a casa naquela figura e passar por um monte de gente conhecida. Isso foi o pior.
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
6 comentários:
:)
Esta sim, é mesmo surpresa!!! Podias te-la incluído das 3 mestiras e 6 verdades que eu apostaria que era mentira!...
Foste para a rua, mascarada de menina de claque, verde e vermelha?!
Que coragem!
Com essa força só parece impossível que o resultado tivesse sido o que dizes (ehehe, nem me lembro já) O mais longe que fiz, uma das vezes que o meu clube ganhou o campeonato -agora a coisa anda preta... - foi vir de casa de uns amigos onde se tinha visto o jogo, a apitar enquanto o meu filho desfraldava o cachecol. E já foi muito! Só porque ele pediu...
Eu lembro do jogo Brasil e França onde o Ronaldo parecia uma barata tonta. Era o primeiro aniversário do meu mais novo. Os convidados: franceses, indianos e brasileiros. E um monte de fogos para soltar. Uma tragédia!
Eu assisti esse jogo em que Portugal foi derrotado ... aliás, esse é o grande charme do futebol: pode ser a esquadra mais poderosa do universo contra um bando de frangalhos, que ainda assim os frangalhos podem acabar vencendo ... casos não faltam ...
o resto ... bem, sempre serve pra alguma coisa essas situações, nem que seja pra gente contar para os amigos de blog ou para os netos ...
Emiele, desengana-te rapariga. Já fiz coisas piores! :)))
Senhora, a palavra certa é mesmo essa: tragédia!
Monday, a mim serviu-me para contar no blog... e para aprender a não sair de casa naquela figura.
Vou fazer de conta que não vi este post.
Lol! Menos um fã!
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