quarta-feira, 25 de março de 2009

Vejo-o a dar entrevistas na televisão e lembro-me que uma das maiores vergonhas que passei na vida é da sua responsabilidade.
Era um jogo de futebol do mundial, entre a selecção nacional e os Estados Unidos. Sim, aquele país onde os únicos onze gajos que sabem que o futebol pode ser uma coisa diferente de andar de capacete aos berros e chocar violentamente uns contra os outros se juntam e formam uma equipa. Esse mesmo. Que risco poderá então haver em jogar com os Estados Unidos? Para mim, o risco era zero. Era o mesmo que eu ir correr os cem metros contra uma lesma coxa!
Devidamente medidas então as probabilidades de risco, tomei a decisão. Não gosto especialmente de futebol, não consigo perceber o que é um fora de jogo, mas nesse dia resolvi partir para a festa pura e dura. Maquilhei-me de verde e vermelho, vesti-me de verde e vermelho, estava de arrasar, e vim para a rua ver o jogo num ecran gigante numa praça da cidade. À minha volta havia uma multidão de gente revestida de verde e vermelho dos pés à cabeça como eu. Muitas com aqueles chapéus que, fora do contexto, são simplesmente inaceitáveis.
O jogo começou e a malta preparou-se para abrir. Fazer uma purga. Alguns minutos depois, os Estados Unidos já tinham marcado um golo e nem eles sabiam como tinham conseguido. Quando chegou ao 3-0 as pessoas na praça (eu incluída), começaram a acreditar que tinham morrido numa catástrofe natural e já estavam no inferno. A angústia da derrota passou, assim, a angústia existencial: O fim é isto? Então é muito mau!
Mas não. Isto não foi o pior. O pior foi quando eu tive que regressar a casa naquela figura e passar por um monte de gente conhecida. Isso foi o pior.

6 comentários:

cereja disse...

:)
Esta sim, é mesmo surpresa!!! Podias te-la incluído das 3 mestiras e 6 verdades que eu apostaria que era mentira!...
Foste para a rua, mascarada de menina de claque, verde e vermelha?!
Que coragem!
Com essa força só parece impossível que o resultado tivesse sido o que dizes (ehehe, nem me lembro já) O mais longe que fiz, uma das vezes que o meu clube ganhou o campeonato -agora a coisa anda preta... - foi vir de casa de uns amigos onde se tinha visto o jogo, a apitar enquanto o meu filho desfraldava o cachecol. E já foi muito! Só porque ele pediu...

Anónimo disse...

Eu lembro do jogo Brasil e França onde o Ronaldo parecia uma barata tonta. Era o primeiro aniversário do meu mais novo. Os convidados: franceses, indianos e brasileiros. E um monte de fogos para soltar. Uma tragédia!

Monday disse...

Eu assisti esse jogo em que Portugal foi derrotado ... aliás, esse é o grande charme do futebol: pode ser a esquadra mais poderosa do universo contra um bando de frangalhos, que ainda assim os frangalhos podem acabar vencendo ... casos não faltam ...

o resto ... bem, sempre serve pra alguma coisa essas situações, nem que seja pra gente contar para os amigos de blog ou para os netos ...

Castanha Pilada disse...

Emiele, desengana-te rapariga. Já fiz coisas piores! :)))

Senhora, a palavra certa é mesmo essa: tragédia!

Monday, a mim serviu-me para contar no blog... e para aprender a não sair de casa naquela figura.

kuka disse...

Vou fazer de conta que não vi este post.

Castanha Pilada disse...

Lol! Menos um fã!