O azeite e o vinagre eram para mim substâncias alienígenas que eu me recusava a usar. Molhos, especialmente se levassem natas ou leite, eram proibidos lá em casa pela minha mãe que os achava nojentos. Pimenta não se usava. Por tudo isso, havia determinados pratos que se transformavam em pesadelos. Como por exemplo, pescada cozida. Sem qualquer tipo de tempero ou lubrificante, tratava-se da comida que eu mais odiava e que mais me custava a forçar pela goela abaixo. E nos dias em que eu vinha da escola, esfomeada, a imaginar pratos suculentos de galinha no forno ou esparguete com carne, já a sentir-lhes o cheiro e o sabor nas papilas, e quando entrava na cozinha e via à minha espera, escarnecedor, um prato com uma posta de pescada cozida, uma batata enorme e um ovo... só me apetecia cortar os pulsos.
6 comentários:
OK, OK, já entendo porque detestas a dita pescada. mas assim quem é que gosta???
Qual a razão desse fundamentalismo da tua mãe?... é que grande parte da comida sem nenhum molho, fica quase palha. Livra!
Gosto imenso mas temperada de azeite e pimenta...mas, atenção, quando era miúda era um sofrimento comer pescada cozida!
Esparregado nem pensar e iscas.
Tudo detestável. Tinha que comer, evidentemente.
Beijinhos.
Ao contrário do resto dos putos, nunca gostei de Coca-cola, nem salsichas, mas sempre agradeci o peixinho cozido no prato. Não necessariamente pescada, antes peixe vermelho. Ao azeite é que não o podia ver nem dourado. Acabei por ser vencida por desgaste. "Ah a avó tem tanto!! E faz tão bem... E põe só um bocadinho!"
Hoje continua a ser um dos meus pratos preferidos, bem regadinho.
Assinado: A do contra.
Pois. Eu também chegava da escola e, perante a pescada cozida, perdia a vontade toda de almoçar. Mas de cortar os pulsos nunca me lembrei.
R.
Nunca tive problemas com peixes. Sempre os comi de qualquer jeito. Entretanto, meus filhos deram para fazer cena. Comem tudo e ainda repetem, mas antes a cena é tal, que penso que eles pensam em cortar os pulsos! E nem é ensopada e nem sem tempero!
:)
Emiele, é tão mau que eu fiquei a odiar o pobre do bicho!
Paula, esparregado gosto. Iscas nem por isso.
R., mas eu era (sou) muito dramática.
Senhora, o melhor remédio é fominha. Comigo resultava. Acabava por comer a pescada.
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