Eu e outros miúdos íamos para a escola e deparámos com um casal de cães que, indiferente a tudo, acasalava. Os meus colegas, a quem a cena provocou de imediato a desinibição do gene da parvoíce, começaram a rir e apontar, a atirar piadas e pedras. A mim, pessoalmente, a cena impressionou-me, porque me lembrei do Pateta e da Clarabela. Muito calada e pensativa, eu concluía desiludida que, sendo o Pateta um cão e a Clarabela uma vaca, a relação de ambos era uma treta grosseiramente impingida às crianças e não tinha qualquer viabilidade. Porque eles nunca poderiam fazer aquilo, nem que ele fosse um cão daqueles grandões como um S. Bernardo ou um pastor alemão. O que nem é.
Naquele dia senti-me decepcionada como quando descobri que não existia Pai Natal. Nunca mais li livros aos quadradinhos.
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
11 comentários:
Ah! Você também passou por essa reflexão cruel? :)) Eu continuei a ler, mas quem me visse com certeza pensaria que eu estava a ler um livro técnico, tamanha a seriedade - procurando falhas... :)
bjs
Lol Senhora! Somos muito científicas! Desde crianças!
sinceramente nao me lembro de parvoice feita pela minha pessoa quando visionava tal arte canina....lembro.me sim de falar para os meus botoes...estes ccabroes fazem-no em todo o lado
Eu corava e virava a cara e era tal o embaraço que, bloqueava...
Desiludida fiquei quando descobri que não era o menino Jesus que dava os presentes (até uma certa altura era assim que se usava dizer na minha casa)e quando soube que não era a cegonha que trazia os bebés!
Estou um pouco como a Mariquinhas mas lembro-me que a primeira vez de todos onde vi tal cena não entendi de todo e pensai que estavam à luta, fugindo logo dali depressa.
Nesses desenhos uma das coisas que me causava admiração era não haver filhos. Namoravam todos (bem, quase todos) mas depois tinham sobrinhos. E ainda mais esquisito, esses sobrinhos não tinham pais...
Ainda hoje não entendo bem aquela lógica!
A relação do Pateta e da Clarabela é claramente um caso de amor platónico. Além disso a Clarabela é uma vaca arraçada de pónei.
E assim ficaram solucionados na minha cabeça os problemas técnicos.
Quanto aos canitos há que respeitar a descontracção e polivalência. Ele é em todo o lado, fêmea, macho e perna.
Papagaio, mas não é coisa que se inveje. Digo eu...
Mariquinhas, os cães são, de facto, extremamente inconvenientes.
Emiele, nasa daquilo fazia sentido nenhum mesmo. E a fortuna do Tio Patinhas, vinha donde? Se era da bolsa agora está bem lixado.
Taralhoca, nessa idade eu era muito inocente, ainda nem sabia que havia amores platónicos, lol!
Não resisto.....
Essa sua "resposta" à Taralhoca é brilhante!
A castanha tem nas suas histórias e respostas material que, bem trabalhado com ou sem ilustracões, daria o tal "Fanzine" (que agora é objecto de culto)
Porque não?!
Mariquinhas, mas agora já não me apetece caramba! :)))
Nem acredito! Não lês BD? Mas e a fantasia?! Pois eu ainda hoje leio com um prazer imenso livros de banda desenhada e gosto de ver desenhos animados. Adoro imaginar aquelas situações irreais e, muitas vezes, lembro-me delas quando estou perante situações reais e rio imenso por dentro :D
Do tipo de ver um casal a discutir em público e imaginar que são a Miss Piggy com o sapo, dos Marretas... É um divertimento!!
Agora só leio Quino, Maytena e outra gente do género. O Pateta desiludiu-me.
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