Mas não foi a primeira vez que isto me aconteceu na vida (refiro-me, claro, à história anterior).
Uns anos antes tinha ido passar um fim-de-semana à terra dos pais do meu sogro, para uma reunião de família. Como éramos muitos e seria uma confusão ficarmos todos na casa, alguns de nós (onde eu me incluía), dispuseram-se a ficar num hotel. Quem fez as reservas foi a minha sogra e, no dia em que chegámos, ela anunciou-nos que tinha arranjado uma pensãozinha muito jeitosa, moderna e muito mais em conta do que o hotel, que ela achava um desperdício pouco cristão. Não gostámos muito da ideia, mas como se costuma dizer nestas alturas, o que não tem remédio remediado está. Ela explicou-nos onde era e nós lá fomos, três casais cada um com uma criança de colo. Depois de nos fartarmos de andar a pé por entre ruelas manhosas na parte velha da cidade, lá demos com o local, que tinha a porta fechada. Estranho, uma pensão com a porta fechada...
Batemos. Veio abrir-nos a porta uma, como direi, senhora idosa. Bastante idosa. Vestida com um robe de cetim azul-turquesa, de rolos na cabeça, lábios pintados de vermelho bem vivo e a fumar uma cigarrilha. "Bonito!" - pensámos todos ao mesmo tempo.
Mas não, ainda não tinha acabado. Os nossos magníficos quartos ficavam no último andar sem elevador nem casa de banho, que era comum e ficava ao fundo do corredor. Ao lado da cama, tínhamos um bidé. Lamentámos mentalmente a abençoada ingenuidade da minha sogra, pousámos as malas e fomos à nossa vida, desejando que o dia seguinte chegasse bem depressa para irmos embora dali.
E nessa noite, andaram três casais com três crianças de colo a correr todos os bares da pequena cidade, com as crias a dormir, a fazer de propósito para chegar bem tarde à pensão e estar lá o mínimo tempo possível, adormecer bem depressa e não dar por aquilo que todos achávamos ia ser, sem dúvida, "uma noite animada".
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
8 comentários:
Depois de uma barrigada de riso, só me ocorre dizer - "de boas intenções está o inferno cheio"!
:))))) Pelo menos as crias estavam dormindo!
Nem de propósito, no comentário que de manhã deixei no post debaixo, contei uma situação por que passei e é aparentada com essa.
A gente passa por cada uma!!!
Se não podes com eles, junta-te a eles.
E não é Mariquinhas? :)))
Senhora, tadinhas das crias... e de nós.
Pois Emiele, ficamos com histórias para os blogs.
Kuka, eu não me juntei. Nem por isso.
Tu tens queda para o "negócio".
Está óptima esta cena!! Beijos.
Não sei Gi, não cheguei a experimentar. Eu devo ter é pouca sorte.
Paula, eu na altura não achei...
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