quarta-feira, 17 de junho de 2009

Juraria que ali é mesmo o centro de Portugal. Quer dizer, se fosse possível pegar numa fita métrica e ir por ali fora a medir, largura e altura, estaríamos no ponto onde as duas linhas se cruzam. Muitas estradas estreitinhas com muitas curvas, impróprias para enjoados, e pinhais... imensidões de pinhais, a confirmar que D. Dinis andou por ali a interagir com a natureza como nos ensinaram na escola.
O automobilista vindo da capital já só sabia uma coisa: Estava no meio de pinhais. O que não é bom quando se tenciona chegar a algum sítio concreto. Almas vivas, nem vê-las. GPS's, só os inventaram uns anos depois. Até que finalmente, do meio das árvores surgiu uma figura de mulher, com um molho de lenha à cabeça mais volumoso do que ela toda. "Estou safo" - pensou. E dirigiu-se até ela que, com ar desconfiado, olhava para trás e dava corda às pernas.
- Oh minha senhora, faça favor! - gritou ele aproximando-se ainda mais e abrindo a janela do lado do pendura para lhe falar.
Aí é que foi. A mulher largou a lenha e desatou a fugir em pânico como se tivesse visto o diabo. Nunca mais se viu.
Ali, mesmo mesmo no meio de Portugal.

10 comentários:

kuka disse...

Algo parecido já me tem acontecido em Lisboa! Quando me dirijo a alguém, com o intuito de pedir alguma informação, olham para mim com ar desconfiado e aceleram o passo. Só não largam o feixe de lenha porque têm fogões eléctricos e de gás!

PreDatado disse...

Se fosse um livro já tinha título:

"O pendura violador" ou então
"Ah lenha para que te quero?" ou ainda
"Fachavor, o caraças!"

Mariquinhas disse...

Os "meios" são muito traiçoeiros; e há ainda quem diga que - "no meio é que está a virtude"!
Uf, grande cagaço!

cereja disse...

Mas a mulherzinha tinha a sua razão: no meio do mato? um tipo com um carro? Só podia ter más intenções, tá visto!!! Até lhe podia querer roubar a lenha!

cereja disse...

Ooooh, espera, ela largou mesmo a lenha! Não era então esse o roubo temido. Se não ia carregada de jóias, então seria mesma pela sua virtude que receava. Pobre alma.

Taralhoca disse...

Sorte a dele ser uma mulherzinha a dar para o medricas. Se desse de caras com a minha avó era capaz de levar com uns cavacos no pára-brisas...

Castanha Pilada disse...

Lol Kuka, deve ser mesmo por isso que eles têm fogões eléctricos, para poderem fugir melhor! :)))

Lol Predatado! Para livro, tinha que levar mais uns capítulos.

Mariquinhas, eu acho que esses pontos geográficos míticos têm muito que se lhes diga. Elé é os meios, ele é o equador...

Emiele, é isso, a lenha era só um disfarce, a mulherzinha andava com a fortuna toda!

Lol Taralhoca, assim é que é!

Anónimo disse...

Isso me pareceu cena de filme! :)))

bjs

Erica de Paula disse...

Esses vizinhos...

Bjos!

Castanha Pilada disse...

Senhora, mas filme neo-realista italiano, certo?

Erica, não sei se por ali há muitos vizinhos. Vizinhos são os pinheiros.