Às tantas eu comecei a reparar que todos os casais que eu conhecia tinham apelidos iguais e achei que era obrigatório casar com alguém que tivesse o mesmo sobrenome que nós. Fiquei preocupada, porque o meu último nome era (é) do mais estranho que há e só os homens da minha família o tinham. Como não é permitido, nem eu estava interessada em casar com um parente (aliás, nessa altura já tinha decidido que casaria com um príncipe encantado), entreguei as minhas dúvidas e os meus temores ao cuidado da pessoa que eu achava que me ia ajudar a resolver o problema, até porque também tinha tido um exactamente igual: A minha mãe.
- Mãe! - perguntei - Quando eu for grande e quiser casar com alguém, como é que eu vou fazer?
- Como assim?
- Onde é que eu vou arranjar um noivo que se chame C******* como eu? Não há! Como é que tu conseguiste arranjar?
A minha mãe abanou a cabeça e riu-se. Depois, mandou-me literalmente pastar, pois virou-me as costas e foi aos seus afazeres. Custava alguma coisa ter-me explicado como é que funciona a adopção de nomes do conjuge? Custava? Não. Mas graças a esse momento, passei mais algum tempo da minha vida a amaldiçoar não ter nascido numa família de Silvas ou de Santos, e a tentar conformar-me com a ideia de que iria ser uma solteirona daquelas que passam a vida em casa dos familiares a chatear. Ou pior ainda, iria para um convento ficar gorda e cozinhar doces tradicionais com ovos até ao fim dos meus dias!
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
11 comentários:
Excelente! Uma dúvida que também me assaltou...beijos.
Acho que quando nasci já colocaram o livro da árvore genealógica da família em meu colo para eu ler. As famílias que normalmente arranjavam casamentos entre si, a história da matriarca de um lado, a família estranha da qual veio meu pai, as histórias marcantes... Daí qeu eu decidi que casar e ter filhos era muito complicado e nào faria isso nunca. NUNCA! :))))
bjs
Olá tem aqui um blog mt giro cheio de emoção grande animçao e subertudo intressante!
Continuação de uma bela semana e deste blog espectacular.
Acabei de experimentar com o endereço do teu blogue e deu. Nem vais acreditar nas palavras que usas mais. Está descansada que não as revelo, não quero estragar a "revelação".
Que engraçado, a minha mulher também casou com um homem com o mesmo apelido.
ups eu queria dizer a minha mãe....
acho incrível como os adultos perdem grandes chances de nos dar a devida atenção nas coisas mais simples que existem, para depois ficarem se remoendo que criamos um mundo totalmente diferente do que eles pretendiam. Custava responder direito?
e, quanto a minha grande amiga Senhora, há mais de 22 anos ela me dizia exatamente essa grande mentira: que não iria se casar! lol
Conheço quem de facto casou com outra pessoa com o mesmo nome de família. Pouparam na extensão do nome dos filhos. :)
R,
A sério Paula? :)
Senhora, eu também decidi isso mas mais tarde, na adolescência. Entretanto já casei duas vezes, lol!
Obrigada Rita! :)
Oh Janette, sua badalhoca, quem te ensinou o caminho até aqui???
Monday, os adultos são incompreensíveis não são?
R., também conheço. E o meis ridículo é que juntou os dois nomes iguais um a seguir ao outro.
Comigo passou uma coisa que a sua história me fez lembrar. A minha mãe
no BI tinha o seu nome só assim: Maria Teresa, quando fui fazer o meu 1º BI pela 1ª vez me apercebi disto e quusou-me alguma estranheza pois seu eura Maria de ... mais de....de onde vinha o 1º apelido então perguntei à minha mãe o porquê, uma vez que ela sempre tinha assinado um nome muito mais completo,então a resposta foi o óbvio e muito comum na época que ela nasceu - quando a registaram por lapso não colocaram os outros nomes...A partir daí ela nunca pode alterar a situação até à altura que morreu o meu pai e alterou o seu estado civil e não sei como adquiriu os nomes da sua família e o do meu pai, irónico no mínimo...
Bolas! Ainda dizem que agora os serviços públicos são ineficazes!...
Enviar um comentário