Enquanto não atingi uma altura razoável, um dos meus maiores pesadelos era andar de autocarro sozinha. Naquele tempo, os autocarros, como muitas outras coisas, eram feitos só para adultos altos. Para tocar para parar, havia umas correias de couro que percorriam toda a viatura junto ao tecto e que era preciso puxar para fazer soar uma campainha ao lado do motorista. Não foram poucas as vezes em que me dirigi a um adulto pedindo para fazer o favor de tocar porque eu queria sair a seguir, e obtive como resposta envergonhada:
- Oh menina, mas eu também não chego lá!
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
11 comentários:
Meu Deus! Que teto alto! Que cordinha mais alta! :)))
Eu não tive problemas desses. Nessa altura, onde vivia nem havia autocarros urbanos ;)
Senhora, digamos que seria necessário ter no mínimo 1,55m. Há quem não tenha, mesmo sem ser criança.
Fantasia, problema resolvido então! :)))
Estavas distraídita!
É... Minha avó e outra bisavó tinham 1,50m. Achávamos fantástico! :))
Não fora este:-"ó menina eu também não chego lá" - detalhe delicioso - eu também podia dizer que já tinha passado por isso:))
Comigo era mais assim:- oh "senhô chouvééér"(sotaque micaelense) abra-me a porta que eu quero sair e ainda, sair duas paragens à frente:))
Calculo, sei, seres uns anos mais nova do que eu e também sei que vives em Lisboa e assim, espanto-me teres apanhado desses autocarros, com "correias de couro", nem eu já me lembrava....É como já disseste um dia,"Por cá funciona tudo um bocado a carvão.", no Pópulo. ;))
mfc, foi antes um pequeno erro de cálculo.
Senhora, essas não chegariam :)
Mariquinhas, isto funciona a carvão em todo o lado, é o nosso pátrio destino. Quando as coisas chegam cá, incluindo ideias, já são velhas no sítio de onde vieram. E não moro em Lisboa, só lá vou de vez em quando... à terra...
Acontece aos melhores que não aos maiores...
Vá lá que nunca deves ter ouvido aquela "cresce e aparece!". Não seria justo. Ou a outra "falta-te um bocadinho assim..." também não estaria certo porque ainda não havia danoninhos...
Deve ser meio parvo o comentário. Digamos que é como me sinto ao acabar de escrevê-lo mas vou mandá-lo na mesma.
Não te chateis Castanha.
Bjbj Castanha
Ah lá na minha terra não havia autocarros e só me lembro desse sistema nos eléctricos em Lisboa... Nessa altura eu já lá chegava...
Maria, aqui também não havia eléctricos, era nos autocarros urbanos mesmo. Devia ser o sistema da época. E realmente, ainda bem que ainda não tinham inventado os danoninhos, eu teria ficado lixada com essa boca.
Em Lisboa eram eléctricos com esse sistema, mas havia uma solução para as pessoas mais baixas (crianças nem por isso...) era o guarda-chuva ou sombrinha. Dava muito bem para puxar. Lembro-me da bengala do meu avô quando já era velhinho e curvado.
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