O calor do sul de Espanha... Não o sul das praias e dos resorts, mas sim o sul das cidades históricas que não têm mar. Um calor que dá a quem vem de fora a impressão de se ter instalado ali há muitos séculos, com as oliveiras e as laranjeiras, as catedrais e as mesquitas. Vencidos pelo cansaço, parámos numa esplanada à sombra duma parede branca cheia de pequenos vasos pendurados. À volta ouviam-se muitas línguas diferentes. Aqui e ali sobressaía uma mesa de nativos, sempre superiores em decibéis como é sabido. O local era agradável e fresco. Pedimos refrescos, recostámo-nos e estudámos mais uma vez o mapa para planear as visitas seguintes. De vez em quando, passava uma charrette a cavalos com turistas. Até que uma delas se deteve um pouco, o suficiente para que um dos animais aliviasse os intestinos, de forma audível e abundante. Ao retomar a marcha, deixou no meio da estreita estrada, mesmo em frente aos turistas que gozavam dum momento de relaxe, o produto resultante, que por força do calor encheu o ar dum cheiro insuportável em poucos segundos. Em poucos segundos também pousou no local um bando de pardais, para quem o "presente" representava um inesperado festim de nutrientes. Enojados e desagradados com a interrupção do seu descanso, os turistas voltavam a cara. Os nativos, esses, continuavam a conversar entre si sonoramente como se nada tivesse acontecido. E na verdade, pensando bem, nada aconteceu de relevante.
4 comentários:
Exactamente! Tudo natural. Beijos.
Eu ainda vivia em Lisboa quando passou a ser obrigatório o dono do cão limpar o que ele, "naturalmente" fizesse na via pública (penso que foi o presidente CML João Soares que instituiu) - lembro-me, com um sorriso, das senhoras, bem aperaltadas, das avenidas novas a recolherem para o "saquinho" o dito "alívio":))
Penso que quem não o fizesse/faça seria multado e acho muito bem isso de ir passear o cãozinho (adoro cães)e deixar a via suja é pouco cívico.
Com os Cavalos talvez seja mais complicado:))
Eu lembro, num passeio de charrete, numa das cidades históricas daqui, o cavalo fazia isso - mas o tempo todo! E daí a graça era ver o rabo empinar e lá ir o produto. Como éramos da "cidade grande", aquilo, além de exótico era muito engraçado para nós. O dono da charrete deve ter nos achado uns patetas, que olhavam mais para o rabo do cavalo que para a paisagem.
Depois tivemos que fazer o passeio a pé para aprender algo... :))
Paula, demasiado natural :)))
Mariquinhas, aqui também é obrigatório. Mas poucos ligam.
Senhora, de facto, não sei porquê, as crianças costumam achar imensa piada a tudo o que tenha a ver com excrementos. Sabe-se lá porquê.
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