segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lembro-me distintamente desta conversa que tive com o meu professor de música e a minha professora primária, que era a mulher dele, quando tinha nove anos. Lembro-me como se tivesse sido há bocadinho durante o almoço. Lembro-me melhor dela do que de coisas que fiz ontem.

EU: Porque é que vocês só ouvem música velha?
ELA: Nós ouvimos música do tempo em que éramos jovens como tu.
ELE: É assim que as coisas acontecem sempre. As pessoas ficam marcadas pela música da sua juventude e é dessa que gostam durante toda a vida. Percebes?
EU: Eu acho que não vou ser assim...
ELA: Vais vais! Tu agora é que achas que não vais! Mas com os anos vais ver, lembra-te desta conversa daqui a uns trinta ou quarenta anos e pensa - Afinal eles tinham razão!"

E eu lembro-me. Muitas vezes. Lembro-me que afinal eles não tinham razão.

11 comentários:

Dantins disse...

É uma forma de recordar a nossa juventude :)
Eu adoro ouvir essas músicas, mas acredito que sou duma geração em que as músicas eram para sempre o que hoje já não acontece tanto.

Boa semana.

Castanha Pilada disse...

Eu também ouço música velha. A diferença é que não ouço só música velha.

Mariquinhas disse...

Penso assim - há músicas que não envelhecem ( não falo da erudita essa é outra história) e serão sempre uma referência para o resto da minha vida. Mas ignorar novos talentos e novas formas de reinterpretar e criar música seria no mínino um desperdício!

Anónimo disse...

Acredito que eles vão ter razão quando você tiver os seus oitenta anos. Lá, talvez lá, vai ser bom ouvir a música de antigamente... talvez... :)

(isto serve para mim, também, que embora não saiba nome de música ou artista , acabo por gostar das músicas dos meus moleques)

beijinhos

cereja disse...

Aí o erro estava na palavra .
E também na tua idade na época, 8 anos é muito cedo. mas as músicas da nossa adolescência, ficam sim.
E depois também há os gostos pessoais, não é?...
Na minha casa a música clássica é chamada de «fi-fi-fi» porque era o meu filho pequenininho, e queixou-se «Oh mãe, muda essa música de fi-fi-fi!» porque eu sempre gostei de estar a ler ou a conduzir com a Antena 2 ligada. E fififi dá lindamente a ideia dos violinos!!!

mariabesuga disse...

Tens toda a razão Castanha. A gente vai evoluindo e ouvindo o que carregamos na bagagem mas não deixando de enriquecê-la com as novidades. De actualizá-la, portanto. Assim, não ouvimos SÓ música velha.
Bom, cá em casa ouve-se muuita música "velha". O meu marido que tem uma cultura musical para lá do que é normal e conhece tudo e mais alguma coisa de todos os tempos, passa imensas coisas antiquíssimas até para me dar a conhecer. Acaba por fazer melhor o meu gosto e o meu conhecimento. Isto sem deixarmos de marter em dia as músicas do tempo que é o nosso.

mariabesuga disse...

... tá visto que é "de manter" não de "marter"...

Castanha Pilada disse...

Mariquinhas, um desperdício e um atraso de vida. O caminho mais rápido para a senilidade, digo eu.

Não sei não Senhora, eu imagino-me uma velhinha insuportável sempre a querer saber as novidades de tudo. Ninguém me vai aturar. :)))

Emiele, a música fi fi fi é eterna! :)))

Mariabesuga, ao ler o teu comentário cheguei a pensar que éramos casadas com a mesma pessoa.

saltapocinhas disse...

Uf!
Que alívio a tua conclusão!
Eu gosto mais da música actual do que da antiga, descontando aqui a música de intervenção que para mim será eterna.

E não aprecio por aí além a música fi-fi-fi :(

Paula Raposo disse...

É conforme. Dias apetece-me ouvir umas, outros dias outras...beijos.

Castanha Pilada disse...

Pois eu, Saltapocinhas, vou a todas. Nova e velha, fi-fi-fi e heavy metal.

Paula, basicamente é isso. Tem dias.