segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Quando me casei pela primeira vez fi-lo, por insistência duma futura agora ex sogra beatíssima, pela igreja. Fi-lo contrariada mas, por variadíssimas razões que um dia contarei se me apetecer, fi-lo. O padre, sabedor das minhas qualidades anti-eclesiásticas, insistiu que eu deveria assistir pelo menos a uma missa antes de contrair matrimónio. Porque, explicou ele como se eu fosse muito burra, não é normal uma pessoa que nunca vai à missa nem sabe bem o que isso é, casar pela igreja. Anuí. Era mais uma no meio de muitas que não iria aumentar nem diminuir o meu risco de contrair úlcera.
Então, no dia seguinte, levantei-me da cama às seis da manhã e, pela calada, ainda de noite, apareci muito embrulhada num casacão, na missa das sete. Quando entrei, já atrasada, as cabeças de várias velhas veladas de preto voltaram-se na minha direcção. Ao contrário do que me pateceu fazer, não lhes levantei o dedo médio nem as mandei dar banho ao cão. Durante o tempo que durou a missa senti-me a Alice caída sem pára-quedas no reino da Rainha de Copas. Depois, saí para o ar fresco da manhã com a missão cumprida... e sem que ninguém conhecido me tivesse visto a... ir à missa.

7 comentários:

mfc disse...

Agora a cabou o segredo... meio mundo vai ficar a saber!!!!

Monday disse...

a Rainha de Copas sempre foi a minha preferida ... e ir a igreja assistir missa, realmente, só disfarçados ... para nós mesmos não sabermos que já fomos lá ...

cereja disse...

Juntaste 2 sacrifícios, o ir à missa e o gramar a madrugada fora da cama...
Ficaste logo super-preparada.

Já ouvi que hoje em dia até podem casar um católico com um que não seja nem baptizado. Será?

Taralhoca disse...

Se é para sofrer, é sofrer tudo de uma vez. Missa e madrugada.

Castanha Pilada disse...

mfc, agora já não me importa. Toda a gente sabe que estou inocente.

Monday, até pode ser, mas eu sempre preferi a Alice e o gato maluco.

Emiele, era assim há algum tempo. Mas acho que este papa já acabou com essa pouca-vergonha.

Taralhoca, foi uma espécie de martírio purificador.

Anónimo disse...

Eu consegui me safar do casamento religioso. Praticamente, o argumento era o mesmo qeu o seu: não ia à igreja, não tinha porque casar no religioso.

Agora, acordar às seis, para pegar missa às sete, num frio miserável??? Só uma santa! :)

Castanha Pilada disse...

Eu sou uma santa!!! :)))