sábado, 7 de novembro de 2009

Passei por uma fase em que queria ser a Anita. Sim, a Anita das histórias, que tinha a vida que todas as crianças desejavam. Ia sozinha à feira popular, com dinheiro no bolso, ia à praia, deixavam-na em casa à vontade para mexer em tudo, incluindo o fogão e demais electrodomésticos, e à vontade para se vingar como quisesse do irmãozinho mais novo. A Anita tinha um jardim só dela e aulas de dança onde fazia pontas sem nenhum esforço. Tinha uma quinta com porquinhos que não cheiravam mal e patos que não corriam como loucos atrás das pessoas. Ia às compras sem a mãe, o sonho mais louco que se podia concretizar...
Sim, a seguir a aparecer-me o Peter Pan à janela a convidar-me para ir à terra do Nunca, o que eu mais queria era mesmo ser a Anita!

8 comentários:

Paula Raposo disse...

Agora fizeste-me lembrar que eu gostava imenso de ser a Zé das aventuras dos cinco!
Beijos.

Castanha Pilada disse...

Eu essa não! Tinha cabelo curto, usava botarras e portava-se como um gajo. Eu era mais na onda das princesas.

Anónimo disse...

Eu não tinha paciência para ser princesa. Não tinha Anita por aqui, por isso li todos os contos dos Irmãos Grimm e decidi que era melhor ser comandante de alguma aventura.
Para no fim me casar! :))

Mariquinhas disse...

Eu quando era pequena não tive livros da Anita, até já existiam, não sei porquê. Nós éramos 7 filhos e seguidos (estou-me a repetir) os mais velhos rapazes, até a uma certa idade os livros eram comuns aos dois sexos, então, havia - banda desenhada, aventuras e contos tradicionais.
A Anita, realmente, era um modelo de menina, muito prendada - sabes Castanha, por obrigação/educação, eu já tinha de o ser - então, apreciava mais os livros de aventuras - para contrariar:))
Mas, não fui muito longe, casei cedo e rapidamente me tornei numa "Anita", em ponto maior;))
(Compreendo a Senhora lol)

cereja disse...

Era uma tentação :)
No meu tempo não havia Anita, e por mim também não ia muito para «marias-rapazes» era também mais Princesas. Não queria ser "A Princesinha" porque tinha ficado órfã e isso era muito triste (não sei porquê havia muitas história de órfãos...) mas a linha era essa.

Castanha Pilada disse...

Senhora, eu era decididamente do clube das princesas. Embora nos tempos livres gostasse de subir às árvores e esmurrar os joelhos.

Mariquinhas, eu não via a Anita como uma menina prendada. Via-a como uma menina que fazia o que lhe apetecia sem supervisão.

Emiele, é um facto que as princesinhas eram quase todas órfãs e tinham madrastas. Mas tinham vestidos lindíssimos na mesma.

R. disse...

Bem, lá por casa havia alguns (poucos) livros da Anita - eu tenho uma irmã mais velha. Mes eu, como bom rapazola arraçado de terrorista, preferia mesmo correr pela casa toda empunhando um pau feito espada e um xaile velho da minha avó atado ao pescoço feito capa de Zorro. :)

R.

Castanha Pilada disse...

Muito bem! Temos que ter a nossa personalidade bem vincada. Eu cá era princesa e mais nada!