Saímos para caminhar um pouco aproveitando uma noite menos má neste outono que já começa a esfriar. A certa altura, numa rua pouco movimentada apenas com alguns bares e restaurantes, vimos adiante uma mulher muito jovem com aspecto preocupado que pareceu um pouco aliviada por nos ver. Quando nos aproximámos ela abordou-nos. Estava um bocadinho envergonhada, o que reforçou a ideia de que fez aquilo porque estava numa situação limite. Que tinha mesmo que abordar o primeiro estranho que aparecesse:
- Desculpem - disse ela com as mãos encrespadas junto à gola do casaco - eu sei que isto vai parecer um bocadinho estranho mas... podiam tirar aquela aranha do meu saco?
Olhámos na direcção que ela apontava e lá estava, atirado no chão, um saco de viagem sobre o qual passeava despreocupada uma pequena aranha, daquelas que o povo classificou como portadoras de dinheiro.
O meu marido enxotou a aranha com um jornal. Ela agradeceu. Eu, numa reacção primária e imediata, ri-me. Mas arrependi-me logo a seguir.
O Tempo Entre Costuras
Há 4 semanas
5 comentários:
Percebi-te. É o tal segredo da fobia de aranhas?!!
Beijos
Quando eu era pequena era fobia de cães. Mas passou. Hoje... sei lá... nunca pensei a respeito...
Fobia de aranha?!
Paula, o das aranhas era o dela. Eu não tenho qualquer problema com aranhas... a não ser que já pareçam mais tarântulas.
Senhora, de cães também não gosto muito.
Compreendo a senhora. Comigo, reacção idêntica, seria com ratos - tenho horror, basta-me saber que estão por perto e não me mexo para não os espantar...outros bichos maiores, não tenho medo - cavalos, cães...estes adoro - há medos/fobias que não têm explicação, digo eu.
Também não aprecio, muito, sentir o voo dos passaros - próximo da minha cabeça - nisto, a culpa foi o Hitchcock ...;)))
Cada um tem os seus não é? :)))
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