sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quando cheguei ao ciclo preparatório tinha uma disciplina chamada matemática que, segundo os adultos da minha família, era uma coisa moderna. Foi então com bastante expectativa que assisti pela primeira vez a uma dessas aulas. Coisas modernas era o que a gente queria, porque de ensaios de rancho e de catequese já estávamos mesmo fartinhos. E na verdade as suspeitas confirmaram-se. O professor passou uma hora inteirinha a desenhar rodas no quadro e a dizer que aquilo eram conjuntos. Um conjunto de cinco bolinhas, outro de três estrelinhas, depois mais outro de dez triângulos... "É canja!" - pensei eu, habituada a problemas que metiam sempre agricultores que plantavam batatas e as vendiam e nós tínhamos que adivinhar por quanto e quantos quilos - "Isto vai ser como decorar o Pai Nosso na catequese, ou ainda mais fácil!"
Bem me enganei! Acabada a treta dos conjuntos vieram outras, mais complicadas e ainda mais inúteis do que as das colheitas agrícolas!

7 comentários:

Anónimo disse...

Lembro quando tive que convencer o meu menino a fazer as tarefas sobre conjuntos. Ele se recusava a fazer de qualquer coisa. Só aceitou quando disse que podia ser de planetas, luas dos planetas, constelaçòes... E eu não conhecia nada disso.

Mariquinhas disse...

Lol, "inúteis", dizes bem, era também o que eu pensava das equações, raízes quadradas por aí fora, já na geometria achava interesse. No meu quinto ano (o actual nono) não dispensei do exame na parte das ciências por causa da nota baixa a matemática, então arranjaram-me um explicador, durante um mês antes do exame e não é que passei a perceber e a gostar de matemática, realmente, o homem tinha jeito para ensinar e eu desbloqueei:))
Há qualquer coisa de estranho nessa "nossa" dificuldade, quase geral, com a matemática - o meu filho mais velho foi um bom aluno nesta matéria, já os dois mais novos - medíocres como os pais - deve ser um problema genético:))

Castanha Pilada disse...

Senhora, eu não tinha opção mesmo. Era para fazer. Ponto.

Mariquinhas, acho que isso se deve mesmo à incompetência de quem ensina. Não vale a pena estar com mais coisas. O ensino da matemática é uma miséria. É feito para quem nasceu para gostar daquilo, os outros ficam pelo caminho. Tenho uma teoria sobre isso. Mas fica para um episódio futuro.

cereja disse...

Também me parece que essa coisa da matemática tem muito a ver com os professores da dita! Na primária andei numa escola que tinha duas professoras, uma para a parte de «letras» e outra para a de «ciências» (coisa chic...) e a de 'ciências' era detestável, pelo menos eu detestava-a. Escuso dizer que sempre fui melhor aluna na área de letras até à faculdade.... Lá na Faculdade tive uma cadeira chamada «Lógica Simbólica» que parecia matemática, mas como adorava o meu curso, já achei aquilo muito giro!

Castanha Pilada disse...

Sinto que está a nascer um movimento anti-professores de matemática, lol!

R. disse...

Como é possível não gostar de matemática?!?
:)

R.

Castanha Pilada disse...

Eh pá... ninguém é perfeito!